quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Lei aprovada em SP proíbe consumo de álcool por menores de 18 anos

Do UOL Ciência e Saúde

Em São Paulo
O projeto de lei 698/2011 que proíbe venda, oferta e permissão de consumo de bebida alcoólica a menores de 18 anos em estabelecimentos do Estado de São Paulo foi aprovado pela Assembleia Legislativa nesta terça-feira, 20. O projeto, proposto pelo governador Geraldo Alckmin, cria mecanismos de fiscalização e controle para cumprimento do que rege o Estatuto da Criança e do Adolescente e agora segue para a sanção do governador.
O Estado busca conscientizar supermercados e donos de bares e outros estabelecimentos a não vender bebidas a menores e também a não permitir o consumo de álcool no local. A ideia é coibir o velho hábito de um maior de idade comprar bebidas para menores de 18 anos.

Jovens estão consumindo mais álcool

O álcool é a droga mais usada entre jovens com menos de 18 anos. Estudo feito pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) mostrou que cerca de 40% dos 5.200 estudantes entrevistados haviam bebido no mês anterior à pesquisa. Destes, 46% afirmaram que o primeiro consumo de álcool ocorreu em casa. Já o I Levantamento Nacional sobre Uso de Álcool, Tabaco e Outras Drogas verificou que 80% dos 18 mil universitários entrevistados, menores de 18 anos, já consumiram algum tipo de bebida alcoólica. Mas qual será a explicação para um consumo tão alto entre os adolescentes?
O psicólogo especializado no Tratamento e Prevenção ao Uso Abusivo de Álcool e Drogas, Rodrigo Garcez, acredita que diante de um número cada vez maior de drogas ilegais que surgem no mercado, como crack, cocaína e maconha, o uso do álcool acaba sendo encarado pelas pessoas como algo menos perigoso. "A bebida é uma droga socialmente aceita e a cultura da "cervejinha" no fim de semana faz parte da sociedade brasileira. Muitas famílias ainda consideram essa droga menos nociva e, por esse motivo, na maioria das vezes a iniciação ao álcool ocorre no ambiente familiar", alerta o especialista.
Outro fator que colabora com o consumo de bebidas alcoólicas pelos adolescentes é a vontade de ser aceito em seu grupo de amigos e ter uma boa imagem com os colegas. O uso do álcool, em muitos casos, representa uma espécie de ritual de passagem da infância para a vida adulta ou mesmo um ritual de pertencimento a um grupo." O uso do álcool, em muitos casos, representa uma espécie de ritual de passagem da infância para a vida adulta ou mesmo um ritual de pertencimento a um grupo." "Quando uma família permite que nos encontros familiares o menino ou a menina tome alguma bebida alcoólica, esse jovem entende que os pais não o veem como criança e que agora ele faz parte do mundo adulto ou daquela roda de amigos", explica Rodrigo Garcez.

Mitos e Verdades

Para saber se um jovem possui mais propensão a fazer uso dessas substâncias ilícitas, é importante ficar atento ao fator hereditário, que pode aumentar as chances do adolescente desenvolver alcoolismo. "Também é interessante observar se menino ou menina apresenta um quadro de compulsividade e impulsividade em relação ao uso do álcool. Geralmente a predisposição genética, associada a um quadro compulsivo, é um fator de alerta, mesmo naquele jovem que bebe há pouco tempo", lembra o psicólogo.
Antigamente era mais comum que os consumidores do gênero masculino ingerissem maior quantidade de álcool do que o público feminino. No entanto, o especialista acredita que atualmente essa teoria está ultrapassada. "Observo, no meu consultório e conversando com outros colegas de profissão, o aumento do alcoolismo entre mulheres na faixa dos 30 e 40 anos. Se antes uma mulher que bebia era socialmente mal vista, nos dias atuais isso deixou de ser uma crença social", compara Garcez.

Prevenção

Para o especialista, a melhor forma de prevenir os altos índices de consumo do álcool e de outras drogas é por meio do diálogo nas escolas e no ambiente familiar. "Os adolescentes têm muitas dúvidas e curiosidades que podem levá-los de maneira quase ingênua à experimentação dessas substâncias. Muitas vezes eles sequer conhecem os prejuízos reais que isso pode ter na sua vida, seja no nível físico, emocional, mental ou social", enumera Rodrigo.
Sendo assim, palestras e rodas de conversa com parentes e profissionais especializados, além da exibição de trechos de filmes e documentários sobre o assunto podem ser um caminho utilizado pelas escolas e famílias. A ideia é que a informação chegue aos jovens de uma maneira reflexiva, crítica e consciente e colabore com o desenvolvimento sadio dos adolescentes.
Vale lembrar que é expressamente proibida a venda de álcool para menores de 18 anos.

Futuro

Especialistas de diversas áreas, como médicos, psicólogos e assistentes sociais acreditam que há chances de elevação do quadro de alcoolismo na sociedade brasileira num prazo de 20 a 30 anos. Ao contrário do usuário de cocaína ou crack, que faz o usuário sentir rapidamente sente os efeitos prejudiciais dessas substâncias, o alcoólatra pode demorar anos até buscar tratamento. Isso acontece porque os efeitos do consumo de bebida alcoólica só são sentidos a médio e longo prazo. "Um jovem de 25 anos que faz uso abusivo do álcool pode desenvolver um quadro de alcoolismo com síndrome de abstinência. Se ele não beber, é possível que tenha alucinações, crises convulsivas e quadro de confusão mental. Mas pode levar de 10 a 20 anos para que ele perceba todos esses efeitos", avalia o psicólogo.
O uso abusivo do álcool favorece o aparecimento de problemas físicos e mentais, como depressão; transtorno bipolar; prejuízos no fígado, rim e vesícula; incapacidade de manter o foco e a atenção, entre outros. Em estágio avançado, o alcoolismo também pode gerar dificuldades na vida social, no trabalho e na família. "Quando chega a esse nível, significa que o alcoolismo já está instalado e sedimentado na estrutura biopsicosocial da pessoa, tornando o tratamento e seus resultados menos promissores. Por isso é importante que o usuário busque ajuda de profissionais qualificados para reverter esse quadro", esclarece Rodrigo.

Fatores Culturais Influenciam Uso do Álcool Entre Crianças

"Um estudo inédito desenvolvido por profissionais do Hospital de Clínicas de Porto Alegre revelou que os hábitos, a cultura e o ambiente são fatores que potencialmente influenciam o uso de álcool na infância. A pesquisa teve como base a cidade gaúcha Flores da Cunha, na região da Serra, considerada o maior pólo produtor de uva e vinho do País".

Região da Serra Foi Alvo de Pesquisa

O alcoolismo na infância é um problema social que deve ser discutido por todos. Muito embora se saiba que a grande maioria dos casos ocorra por influência de amigos e colegas de escola, é preciso prestar atenção para a influência do ambiente familiar. Pesquisas já comprovaram que o uso abusivo do álcool pelos familiares é capaz de levar uma criança a despertar inocentemente o interesse pela bebida.

No entanto, uma pesquisa inédita no Brasil, realizada por profissionais do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) no Rio Grande do Sul, estudou a influência dos hábitos regionais na incidência do uso de álcool entre crianças. A coordenadora do estudo, a gastroenterologista do HCPA, Themis Reverbel da Silveira, teve o interesse despertado pelo assunto quando, ao tratar vítimas de cirrose hepática por álcool, notou que três eram oriundas de uma região tradicionalmente produtora e consumidora de vinho no Rio Grande do Sul: a Serra Gaúcha.

Estudo Revelou Consumo Superior a Um Litro por Semana

O trabalho, intitulado "Consumo de Bebidas Alcoólicas por menores de 15 anos residentes em um município de colonização típica italiana no Rio Grande do Sul", foi realizado no ano de 1991 junto a 92 famílias residentes na zona rural do município de Flores da Cunha. Após analisar os hábitos familiares e acompanhar de perto uma criança de cada família, a pesquisa revelou que 58,5% das crianças ingeriam algum tipo de bebida alcoólica. A alta incidência foi diagnosticada em crianças com idade entre oito meses a nove anos. "As mães têm o hábito de molhar o bico da chupeta da criança, ainda muito pequena, no vinho", afirmou Themis. Mas ela ressalta que nada é feito de forma intencional. O que leva os pais a essa atitude são os hábitos culturais daquela região, típica produtora de vinho.

O que preocupa a especialista é a quantidade de álcool consumida pelos menores. Em alguns lares foi verificado que crianças chegavam a ingerir 1,3 litro de álcool por semana, sem que o alto consumo fosse notado pelos pais. "Um volume muito alto que chama a atenção", afirma. Outro resultado interessante da pesquisa é que 75% das crianças que faziam uso regular do álcool, no caso vinho e cerveja, eram do sexo masculino e apenas 25% do sexo feminino. Para a gastroenterologista do HCPA, esse dado revela a imposição machista que predomina naquela região. "Os pais consideram normal que o filho homem beba, até pela sua condição de macho", disse Themis.

Hábitos dos Pais têm Influência Direta

Entre os 58,5% das crianças que ingeriam regularmente o álcool no ambiente familiar, 100% dos pais e 75% das mães tinham o hábito de beber diariamente. "Além disso, 51% dos entrevistados tinham produção própria de vinho e 2% produziam em casa a graspa, bebida obtida pela destilação da uva fermentada", informa Themis. Para ela, todo o trabalho serviu para mostrar a facilidade do acesso da criança ao álcool no ambiente familiar. "O 'terreno' naquela região é altamente propício para que menores de 15 anos, no futuro, venham a constituir grupo de risco", salientou.

Estudos realizados com crianças em períodos distintos indicou a redução da idade média de início do uso do álcool. Um trabalho elaborado no ano de 1993 junto a escolas de dez capitais brasileiras mostrou que a idade média era de 13 anos. Já em outra pesquisa feita no ano de 1997, com crianças que já estavam em tratamento, a idade média passou para 11 anos.

Para a médica clínica especialista em dependência química do Hospital Nossa Senhora da Conceição, de Porto Alegre, Elaine Segura, só há um jeito de uma criança desenvolver a dependência pelo álcool: usando. Neste sentido, o comportamento familiar tem importância fundamental. "O consumo de álcool pelos pais ou parentes próximos despertam o interesse das crianças. Pode acontecer a aversão pelo álcool nesses casos, mas não é freqüente", salientou Elaine. A experiência de oitos anos no tratamento de dependentes junto ao Setor de Alcoolismo e Dependência de Outras Drogas do Hospital Conceição leva a especialista a acreditar que, em alguns casos, as crianças passam a consumir o álcool com o propósito inocente de proteger os pais.

Também há relatos de crianças que passam a adquirir o hábito influenciadas pelas mães, Elaine explica. "Como o vício não é socialmente aceito entre as mulheres, muitas vezes as mães pedem para seus filhos comprarem o produto no bar. Isso gera um hábito na criança", afirmou. Vale lembrar que a legislação brasileira proíbe a venda de bebidas alcoólicas a menores de 18 anos. Na teoria, pois na prática a situação é bem diferente no Brasil.

"Em hipótese alguma deve se oferecer álcool a uma criança, mesmo quando imperem fatores como tradição e cultura", destacou a médica do Conceição. Os efeitos do álcool no organismo de uma criança têm um impacto muito maior em relação aos adultos pois, antes dos 14 anos, o fígado ainda não está pronto para metabolizar o álcool.

Alcoolismo Precoce Dá Sinais Específicos

O alcoolismo precoce compromete o desenvolvimento, a coordenação motora e o funcionamento do fígado. O uso excessivo de bebidas pode afetar praticamente todos os órgãos e sistemas do organismo. O aparelho gastrintestinal é particularmente atingido. Podem ocorrer gastrites, úlceras, inflamação do esôfago, pancreatite e cirrose. Outros aparelhos atingidos são o cardiocirculatório (podendo ocorrer pressão alta, infarto do miocárdio) e o sistema nervoso (epilepsia, lesões em nervos periféricos).

O alcoolismo infantil dá sim, sinais claros. A combinação de três dos sintomas a seguir indica uso de álcool pelo jovem: mudanças bruscas de humor, isolamento, tonturas, inapetência, andar cambaleante, vermelhidão, enjôos, tremores, sonolência, agressividade e mau desempenho escolar. Ao diagnosticar o problema, os pais devem manter o diálogo aberto, mostrando o certo e o errado. Outra dica é buscar ajuda especializada para si mesmo.

Aumenta o Consumo Entre Adolescentes Brasileiros

Mesmo proibida para menores, a ingestão de álcool por adolescentes tem crescido nos últimos anos. Pesquisa feita em 1995, com 600 adolescentes do Rio de Janeiro e de São Paulo, revelou que 42% bebiam eventualmente, índice bem superior ao dos que usam maconha (4%) ou cocaína (1%). Outro estudo, realizado em 1996 pelo Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas da Universidade Federal de São Paulo em dez estados brasileiros, mostrou que 19% dos jovens entre 10 e 18 anos tomavam bebida alcoólica mais de seis vezes por mês. Em 1989, esse índice era de 14%. Os que consumiam álcool cerca de 20 vezes por mês passaram de 8% para 12%.

Estudos apontam que 10% da população brasileira, aproximadamente 16 milhões de pessoas, são alcoólatras e que apenas 20% deles se recuperam. Outros estudos apontam que havendo motivação e apoio familiar, a eficácia dos tratamentos fica em torno de 50%. A internação, ainda vista como a melhor alternativa pelos familiares, é indicada em menos de 10% dos casos.

Biotônico Fontoura na Mira do Governo

Comprar para as crianças fortificantes que estimulam o apetite antes das refeições pode tornar-se um ato ilegal. Um projeto de lei que proíbe a venda em São Paulo de produtos como Biotônico Fontoura foi aprovado pela Assembléia Legislativa. Segundo a deputada estadual Edir Sales (PL), autora da idéia, os fortificantes fazem com que os menores se tornem alcoólatras, caso tenham predisposição à doença.

"O Biotônico Fontoura, por exemplo, tem o mesmo teor alcoólico do vinho branco. Poucas mães sabem disso e dão a seu filho esses produtos sem saber que podem estar criando um alcoólatra", afirmou. Alguns médicos, no entanto, afirmam que a proposta não tem nenhum embasamento científico.

O Conselho Regional de Farmácia do Distrito Federal (CRF-DF) também encaminhou denúncia ao Congresso Nacional acusando o fabricante do remédio Biotônico Fontoura, a DM Indústria Farmacêutica, sediada em São Paulo, de manter o teor alcoólico da medicação acima do tolerável. O biotônico tem 9,5% de etanol em sua composição, concentração maior à de uma lata de cerveja, que apresenta 5% de álcool, em média. Segundo o CRF-DF, o excesso de álcool no produto pode levar crianças à dependência.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

EDUCAÇÃO: professor Pier fala das diferenças entre aprender e estudar para alunos do Bayeux


para o professor pier, quem estuda para a prova não aprende e quem apenas assiste à aula não estuda
para o professor pier, quem estuda para a prova não aprende e quem apenas assiste à aula não estuda


De forma descontraída, o professor Pierluigi Piazzi, ou simplesmente professor Pier, deu início a sua palestra na Escola Técnica Estadual Armando Bayeux da Silva na manhã chuvosa do Dia dos Professores.

O auditório da escola estava repleto de alunos que acompanharam atentos a explanação com o tema "Aprendendo inteligência", na qual foi abordada a diferença entre estudar e aprender.

Químico industrial, físico e autodidata em computação, o professor nascido na Itália, que chegou ao Brasil aos 12 anos, abriu a palestra afirmando que toda vez que alguém fala de forma errada, pensa de forma errada. "O Brasil tem milhões de alunos e pouquíssimos estudantes", disse. Diante dessa afirmação, ele explicou que o aluno assiste às aulas enquanto o estudante estuda. "Quem assiste à aula não estuda, absorve conteúdo, o estudo é solitário, ativo."

Segundo o professor, inteligência é algo que se aprende: "a inteligência é como a escada - tem que subir um degrau de cada vez -, não adianta querer absorver todo conhecimento em um dia, o cérebro não é capaz de armazenar muito conteúdo de uma só vez, tem que ser aos poucos", salienta.

Pier destacou que o Brasil tem um dos piores sistemas educacionais do mundo e que Buenos Aires tem mais livrarias que o Brasil inteiro. "Os brasileiros não leem, existem 70 milhões de brasileiros que jamais leram um livro, isso representa 1/3 da população. O Brasil é um país de analfabetos funcionais, sabem transformar letras em som, e não interpretar o texto", salienta.

Para reverter essa situação, o professor destaca que é preciso deixar de cometer três erros: estudar para a prova, não ler livros e conversar em sala de aula. "Quem estuda para a prova não aprende", e afirma que as pessoas que estudam em cima da hora é para não esquecer, e não para aprender.

Para o professor, uma forma de aprender é estudar pouco todo dia. "Aula dada, aula estudada hoje", com essa frase ele explica que as aulas assistidas devem ser estudadas no mesmo dia, para realmente se aprender. "Entender o conteúdo não é suficiente para aprender", diz.

O professor ainda destacou o papel que a televisão exerce sobre as pessoas. "A televisão imbeciliza e hipnotiza as pessoas, a TV fica ligada o tempo todo, o que torna as pessoas mal-educadas, elas não se atêm às informações", diz.

Outro destaque da palestra foi sobre a internet, tão usada nos dias de hoje, principalmente pelos adolescentes, e que causa sérios danos ao indivíduo. "Pesquisas mostram que a internet auxilia na perda de ortografia, o MSN causa o rebaixamento de QI e os fones de ouvido reduzem a articulação da fala", disse.

Sobre a desigualdade social, Pier afirmou que ela não acaba com Bolsa Família e sim com educação. "É preciso criar o hábito da leitura, mas só lê muito quem lê por prazer, é preciso que cada um encontre o seu livro para pegar gosto pela leitura", fala.

Pier destacou que o professor precisa ser sedutor. "O professor precisa fazer com que o aluno goste da matéria, ele também deve fazer algo para valorizar o estudo solitário do aluno", fala.

Sobre a falta de valorização do professor, ele destaca que é preciso mais investimentos. "O professor de escola pública trabalha em condições precárias, se um dia tivermos um governo que priorize a educação, e não apenas que fale que prioriza, teremos um avanço, são necessárias medidas que valorizem a profissão, como voltar a lei pela qual os professores não pagam imposto de renda, e oferecer melhores condições de carreira", diz.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

A importância da lição de casa

   Todo profissional que atua na área da educação deve ter em mente o quanto o dever que o aluno leva para casa é fundamental no processo de aprendizagem. Segundo dados coletados através de pesquisas, 43,2% dos alunos que não realizam essa atividade de forma devida apresentam os piores desempenhos nos estudos.

    Partindo desse pressuposto, surge então a necessidade de repensar, enquanto educador, na questão das lições que são enviadas para casa, bem como a forma que o aluno está sendo orientado a realizar tais atividades.

    Com essa preocupação, a lição de casa tem sido alvo de reflexão ao se referir ao processo ensino-aprendizagem. Muitas vezes a lição de casa é enviada apenas para preencher o tempo do aluno.

    Enquanto educador sugere-se que ao aplicar um conteúdo deve-se observar as dificuldades que os alunos apresentam durante o momento da explicação de forma que ao elaborar as atividades que serão enviadas para casa, essas abordem o necessário para que seus alunos compreendam com clareza o conhecimento no qual se deseja transmitir.

    O ideal é que as estratégias sejam bem definidas tornando os alunos capazes de fazerem a diferença, no sentido de consolidar os conteúdos apresentados em classe, de forma que tenham um bom desempenho na evolução da aprendizagem.

    Ressalta-se que o professor ao elaborar suas atividades deve construí-las no sentido de criar estratégias e objetivos que irão propiciar um melhor aprendizado para o aluno.

    Além disso, o professor pode e deve orientar seus alunos, ensinando-lhes qual a melhor forma de estudar no ambiente de casa, atingindo os reais objetivos que são propostos de acordo com cada atividade.

    As atividades devem ser desafiadoras, porém compreensíveis aos alunos, os conteúdos pedagógicos devem ser bem definidos de forma que as estratégias sejam bem específicas.

    E, finalmente, ter a consciência de que lições de casa não foram criadas apenas para preencher o tempo do aluno em casa, mas sim com um objetivo real e importante para o desenvolvimento do aluno no processo educacional.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Universitários brasileiros leem apenas de 1 a 4 livros por ano, revela Andifes

    Na Universidade Federal do Maranhão (UFMA), 23,24% dos estudantes não leem um livro sequer durante o ano. De uma forma geral, a maioria dos universitários brasileiros não vai muito além disso: lê, em média, de uma a quatro obras por ano. É o que revela levantamento exclusivo feito pelo Estado a partir de dados divulgados pela Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes).
    Numa realidade diametralmente oposta, os estudantes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) são ávidos por leitura: 22,98% deles leem geralmente mais de dez livros por ano. No Maranhão, um dos Estados mais pobres do País, esse índice é de apenas 5,57%.
    No início do mês, a Andifes divulgou pesquisa feita com 19.691 estudantes de graduação de universidades federais de todo o País, apresentando números consolidados do panorama nacional. A partir do cruzamento de dados, foi possível mapear e distinguir os cenários regionais no tocante a hábitos de leitura, frequência a bibliotecas, domínio de língua inglesa e uso de tabaco, álcool, remédios e drogas não lícitas.
    A UFMA, que lidera o ranking dos universitários que não leem nada, ficou em quarto lugar entre os menos assíduos à biblioteca da universidade - 28,5% dos graduandos não a frequentam. O primeiro lugar nesse quesito ficou com a Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio): metade de seus alunos esnoba o espaço.
    “O aluno não vai à biblioteca porque não tem acesso a livros ou porque não está estudando? Não sabemos por que ele não vai, mas devemos pensar”, afirma o coordenador nacional do Fórum Nacional de Pró-reitores de Assuntos Comunitários e Estudantis (Fonaprace), Valberes Nascimento. O curioso é que a taxa de frequência a bibliotecas é relativamente alta no País: mais da metade das universidades tem índice superior a 80%.
Por Reinaldo Azevedo

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Nova York proíbe fumo em parques, praças e praias


  Uma nova lei que entrou em vigor nesta segunda-feira em Nova York proíbe fumar em 1.700 parques e praças, além de banir o consumo de cigarros ao longo de 22,5 km de praias da cidade.
  A medida, que foi decretada pelo prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, prevê multa de 50 dólares para os que forem flagrados fumando em locais proibidos.
  Para advertir os fumantes, foram colocados sinais nas entradas dos locais públicos, mas, como era de se esperar, a medida deixou alguns insatisfeitos: "Não sabia da lei. Vi muitas pessoas fumando.
É ridículo", afirmou o arquiteto e fumante David Harris, de 40 anos.
"Não poder fumar em um lugar fechado é algo que faz sentido, mas a proibição em um lugar aberto não faz sentido algum", argumentou Harris.
  Desde 2003 era proibido fumar em Nova York em bares e restaurantes. Muito antes disso, já era proibido o fumo em locais de trabalho.
  Para sensibilizar a opinião pública, o departamnto de Saúde e Higiêne Mental anunciou esta semana o lançamento de uma campanha educativa na televisão, no metrô e na imprensa escrita.
  À frente desta campanha contra o cigarro, Bloomberg assegurou que a partir desta segunda-feira "os espaços públicos serão não apenas mais agradáveis, mas também mais saudáveis, limpos e belos".
"Todos sabemos que fumar é algo nocivo, mas os fumantes passivos são um grande perigo para saúde pública. Baixar a porcentagem de exposição dos nova-iorquinos como fumantes passivos é um passo importante para dar mais saúde a nossa cidade".
  Segundo o comissário do departamento de Saúde de Nova York, Thomas Farley, "os parques livres de cigarros protegem a todos aqueles que os visitam dos riscos trazidos pelo fumo passivo" e eliminam o mau exemplo às crianças.
  O tabagismo é responsável por um terço das mortes evitáveis na cidade, de acordo com o prefeito de Nova York. O número de fumantes na cidade já caiu 27% entre 2002 e 2009 e o número de mortes vinculadas ao cigarro recuou 17% ao longo da última década.
  Além dos casos de saúde, há também uma questão ambiental envolvendo os fumantes. Segundo dados oficiais, os filtros de cigarro somam mais de 75% do lixo encontrado nas praias e demoram mais de 18 meses para se decompor.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

SERVIÇOS COMUNITÁRIOS PARA MENINAS QUE FAZEM ARRASTÃO


Meninas que fazem arrastão em SP vão prestar serviços comunitários - 15/08/2011 às 20h42m; O Globo

SÃO PAULO - As meninas suspeitas de praticar arrastões na Vila Mariana, Zona Sul, serão avaliadas pela Promotoria da Infância e Juventude e vão prestar serviços comunitários ou ficar em regime de libertade assistida, segundo o promotor Thales César de Oliveira.

As medidas aplicáveis apenas para as meninas maiores de 12 anos incluem acompanhamento pscológico e social para melhorar a estrutura familiar. Internação está descartada. As famílias serão incluídas em um programa social da Prefeitura, segundo a Secretaria de Assistência Social.

No sábado, as quatro mães detidas por abandono de incapaz foram soltas.

Na sexta-feira, a Justiça de São Paulo determinou que as quatro mães das meninas menores de idade que praticavam roubos na Vila Mariana, Zona Sul de São Paulo, sejam soltas.

Elas haviam sido presas nesta quinta-feira por abandono de incapaz, por decisão do delegado Márcio de Castro Nilson. O pedido de soltura havia sido requerido pela Defensoria Pública de São Paulo. A juíza Maria Fernanda Belli, que assina a decisão, determinou, no entanto, duas medidas cautelares para as mulheres: elas não podem se ausentar de São Paulo e precisam comparecer, em até 7 dias, ao Conselho Tutelar de Cidade Tiradentes, bairro da Zona Leste de São Paulo em que moram as mulheres.
As sete meninas, com idade entre 11 e 14 anos, vinham cometendo uma série de furtos e roubos na região da Vila Mariana, Zona Sul de São Paulo. Elas entravam em lojas, roubavam pedestres e motoristas. As menores chegaram a ser detidas pela Polícia Militar (PM), levadas para a delegacia e encaminhadas para o Conselho Tutelar.

As garotas diziam ser todas menores de 12 anos e davam informações falsas sobre o endereço dos pais. Eram levadas para abrigos, mas, como diziam ter menos de 12 anos, não eram obrigadas a cumprir nenhuma medida com restrição de liberdade deixavam o local sem dificuldades.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Entrevista - Mark Simpson

 
  Eu me amo,
eu me amo...




Ao contrário do que se acredita,
o termo "metrossexual" não designa só o homem heterossexual vaidoso.
E, sim, o homem hipernarcisista,
não importa sua orientação sexual
 
O que é um homem metrossexual? Você provavelmente responderá que é um sujeito heterossexual que se permite ser muito vaidoso. Essa definição, no entanto, traz um erro conceitual. Metrossexual não é necessariamente heterossexual. Em entrevista a VEJA, o criador do termo, o escritor inglês Mark Simpson, de 38 anos, diz que, nesse caso, o que menos importa é a orientação sexual do homem. Metrossexual é simplesmente o homem vaidoso ao extremo. É o narcisista dos tempos modernos, que, graças às facilidades dos serviços existentes nas grandes cidades, pode dar-se ao luxo de se esmerar muito – além do habitual – nos cuidados com a aparência. O termo metrossexual surgiu em 1994, num artigo de Simpson para o jornal inglês The Independent. Em 2002, foi resgatado pela revista eletrônica Salon. Veja – POR QUE O TERMO "METROSSEXUAL" FOI ASSOCIADO À HETEROSSEXUALIDADE?
Simpson –
O metrossexual pode ser gay, bissexual ou heterossexual, mas isso é absolutamente desimportante, já que ele tem a si mesmo como seu objeto de amor. Ele é o narcisista dos novos tempos. A idéia de que o metrossexual é sempre hétero e que seu cuidado com a aparência tem o objetivo de atrair as mulheres é uma invenção da publicidade. Essa idéia só foi estabelecida porque gays vaidosos não são novidade. A identidade dos metrossexuais não se baseia na orientação sexual e, do ponto de vista cultural-comercial, é irrelevante.
Veja – MAS A METROSSEXUALIDADE ROMPE COM ALGUNS PADRÕES DE MASCULINIDADE.
Simpson –
Sim. E isso é positivo. A metrossexualidade desfez-se de todos os códigos oficiais de masculinidade inculcados nos últimos 100 anos. O homem heterossexual está perdendo a vergonha de ser vaidoso, de cuidar da aparência.
Veja – O CULTO À PRÓPRIA IMAGEM E A EXACERBAÇÃO DO EGOCENTRISMO, NO ENTANTO, NÃO SÃO COMPORTAMENTOS SAUDÁVEIS.
Simpson – Sem dúvida nenhuma, esse é o lado negativo da metrossexualidade. A masculinidade narcisista e egocêntrica tem origem numa característica típica de sociedades como a nossa: o hiperconsumismo. Os heróis dos metrossexuais são, em geral, homens famosos por seu visual e seu estilo – mais do que por suas conquistas políticas ou intelectuais.
Veja – POR QUE NÃO SE FALA EM MULHERES METROSSEXUAIS, JÁ QUE O EGOCENTRISMO E O NARCISISMO NÃO SÃO CARACTERÍSTICAS EXCLUSIVAS DOS HOMENS? A METROSSEXUALIDADE É APENAS MASCULINA?
Simpson – Não. E eu já falei sobre isso no meu artigo para a Salon, mas ninguém deu importância. O narcisismo feminino que se manifesta por meio do cuidado com a aparência não chama atenção. Essa é uma das razões pelas quais o termo metrossexual não foi aplicado às mulheres. Entretanto, há muitas que se encaixam nesse perfil. As mulheres no seriado Sex and the City são, em sua maioria, solteiras, vivem com estilo e escolheram a si mesmas como seu objeto de amor e desejo, embora aparentemente estejam à procura de um homem. Elas são metrossexuais. Eu arrisco dizer que a crescente auto-suficiência das mulheres tem estimulado o avanço da metrossexualidade masculina. Atualmente, muitos homens se vêem obrigados a cuidar de si próprios, pois já não contam com uma coadjuvante feminina sempre pronta para atender a suas necessidades. A metrossexualidade faz, finalmente, com que o homem seja menos dependente da mulher, da família, embora mais dependente das revistas de beleza.